editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

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Local: mora na filosofia...

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

poeira sobre nós...

Há quem afirme, com poética categoria, que a poeira que se acumula por sobre todas as coisas imóveis não passa de ser o mais sutil abraço da terra. Como se fosse a maneira da terra lançar seu olhar aos que velam. Como se fossem, estas coisas a velar, merecedoras do conluio da terra; como se a terra estivesse em constante vigilância sobre os seres que por sobre ela não caminham a passos frenéticos.

Ou como se fosse, a poeira, evidência da gratidão da terra, a abençoar os que esperam por ela, a que se movimenta sem nos darmos conta. Ou ainda, a última chance de reconhecimento àqueles que se movimentam, sempre e sempre, sem, no entanto, denunciar o alarde dos passos: as plantas que crescem, as gotas que evaporam, os amores que nascem...

sábado, fevereiro 10, 2007

Idéia de grandeza

Até quando teremos de ter medo das coisas mais simples, como viver?

E sequer digo viver com grandeza – pensemos que há no mundo quem mereça viver assim além de nós...
Digo apenas, viver, sem medo das coisas miúdas...

Sabem... queria mesmo ver um novo começo de Era, de gente fina, elegante e sincera...
Mas as pessoas insistem em viver o Não.

E vejo coisas sempre tão pequenas tomarem o lugar das coisas que realmente deveriam ter espaço.

Pessoas pequenas com opinião... qual?
Pessoas medíocres com vontades... quais?
Pessoas impessoais querendo fazer poesias... hã?

Onde é que há gente no mundo...?

E ainda hoje, vi gente questionando velhas coisas a Caetano – logo ao Caetano – e ele, com uma parcimônia bela, insistindo que toda a sua filosofia se baseia em nos lembrar do óbvio: há coisas nesse mundo que são mesmo maiores que nós, como as vozes de Milton e Bethânia.

Essa, pois, é minha idéia de grandeza.