editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

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segunda-feira, março 14, 2011

14 de março

Um dengo ou dois

Um dia de não se acordar

A vida duma cepa já extinta

O cheiro de vela

O cheiro de tinta

A fumaça faminta me lembra uma distância

Tão de mim, tão de você


Irreparável o dito

por indigno, sofro

por filhodaputa, sonho

por miserável, sei

Toda uma vida de não se viver

Uma tarde de evanescer

Uma noite de não suspirar

E aquele tempo que veio matar

todas as manhãs desde então


Não se volta, noite

Não se cala, dia

Não tem o que vem, tarde

Nem se poesia

Não se ama o que resta, se melancolia