14 de março
Um dengo ou dois
Um dia de não se acordar
A vida duma cepa já extinta
O cheiro de vela
O cheiro de tinta
A fumaça faminta me lembra uma distância
Tão de mim, tão de você
Irreparável o dito
por indigno, sofro
por filhodaputa, sonho
por miserável, sei
Toda uma vida de não se viver
Uma tarde de evanescer
Uma noite de não suspirar
E aquele tempo que veio matar
todas as manhãs desde então
Não se volta, noite
Não se cala, dia
Não tem o que vem, tarde
Nem se poesia
Não se ama o que resta, se melancolia