editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

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terça-feira, dezembro 11, 2007

Para vermo-nos...

Não respeito quem não tenha a disposição de se atrasar para o trabalho em favor de uma olhada vaga, num tempo de chuva, sorvendo gole a gole o fumegante café, como quem sorve o tempo para dentro de si próprio.

Não respeito quem não se demore nas coisas, quem não se derrame nelas partindo do olhar. Quem não acorde mais cedo para observar a parceira que impunemente dorme ao lado. Quem não observe a próprio sombra, e se delicie com a virtude da leveza que acompnha nossa porção negativa.

Não respeito quem não leve uma – ou várias – vidas em segredo, dentro de si. Quem não tenha momentos para olhar para si, e somente si - mas para enxergar além. Quem não tenha no silêncio o mais obstinado ouvinte, e na quietude das horas a maior das planícies a mirar.