editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

Minha foto
Nome:
Local: mora na filosofia...

terça-feira, abril 10, 2007

- Faz o favor de parar com esses questionamentos? Isso me irrita.
- Que isso? Não esteja você de invenções para o meu lado... eu só quis saber...
- Por que você não me deixa estar, assim, só assim?
- Mas eu só quis saber quando você iria retirar do teto aquelas teias de aranha?
- E eu tenho lá tempo de viver a mirar o céu dentro do céu de minha casa?

E após esse diálogo – que não foi menos que um milagre – pensei em mudar umas coisas na vida. Sabe o bordão, começar de novo? Esse que invariavelmente se segue de um misto de experiência imediata, expiação de passados possíveis, e interlocução com o definitivo futuro; e que resulta de um quinhão de coragem, há tempos esquecidos em nosso peito... e que no mais das coisas, transborda numa roupagem completamente diferente, o que os sábios de butiquim chamam de mudança radical.

Mas enfim, nada tão dramático. Acho que foi mais o impulso torpe da vaidade que qualquer outra coisa. Começar de novo, por vaidade, ou fascínio de ver-no-que-vai-dar, como se fosse eu a implodir prédios antigos em Brasília, mas só para vê-la de um ângulo desconhecido. De toda a sorte, um belo começo: vou vender todos os meus discos.