poeira sobre nós...
Há quem afirme, com poética categoria, que a poeira que se acumula por sobre todas as coisas imóveis não passa de ser o mais sutil abraço da terra. Como se fosse a maneira da terra lançar seu olhar aos que velam. Como se fossem, estas coisas a velar, merecedoras do conluio da terra; como se a terra estivesse em constante vigilância sobre os seres que por sobre ela não caminham a passos frenéticos.
Ou como se fosse, a poeira, evidência da gratidão da terra, a abençoar os que esperam por ela, a que se movimenta sem nos darmos conta. Ou ainda, a última chance de reconhecimento àqueles que se movimentam, sempre e sempre, sem, no entanto, denunciar o alarde dos passos: as plantas que crescem, as gotas que evaporam, os amores que nascem...
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