editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

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segunda-feira, setembro 26, 2005

Da escrita...

Há essas palavras que ressoam, há essas palavras que massacram os meus dedos a escrever, e a maltratar meus olhos a (ad)mirar a escrita. Há essa escrita que se não sai, grita. Há o grito da escrita como há o pulsar constante das veias por onde saem as palavras. Há essas palavras que ressoam.

E se me perguntarem, "por que escreves?", responderei numa questão, "por que respiras?", e esperarei que o confronto óbvio encerre este diálogo, pois há aqui dentro essas palavras que são uma turba a esmigalhar o há no caminho entre o pensamento e o papel, e que são uma urgência orgânica, como uma cólica que não pode esperar o alívio, e que são – se é que são – belas de se ver sair de mim.

Há essas palavras que ressoam e por conta delas sou mais humano, e por conta delas sou menos terráqueo. Há essa escrita a gritar, a sair, mas não posso culpá-las por qualquer alegria maior que a que emana da soberba. Aliás, alegria…, felicidade que seja, pouco se relaciona com essas palavras que ressoam, mas que, quando ressoam, penso se aproximarem da ironia. Ao menos disso eu gostaria.