Sobre como acordar numa cama estranha
Sempre soube andar um passo longo, demorado, daqueles que de início iam já cheios de cansaço. E ora se não houvesse tantos e tão intensos traços de muitíssima dor em cada chibatada, sincopadas, animando os mínimos esforços de não caminhar; e logo logo fisgavam, repuxavam pele e carne, e se debatiam, couro seco contra o longo do lombo. Não fosse isso, estaria ali prostrado; quiçá satisfeito com a inércia, bendita inércia, de não ter de viajar, transpassar as sendas, no longuíssimo percurso do intento brusco de deixar-se estar como está, e não ter de confrontar-se com um mero “dormiu bem...”.
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