editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

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quarta-feira, julho 18, 2007

Tempo de reclamar ou a segunda adolescência .

Anda na moda reclamar do tempo. O tempo que se vive, o tempo de viver. A idade das pessoas anda pesando qual o quê! Veja que os de minha geração – se é que posso tratar meus pares desta maneira – estão todos nos arredores dos 30. Três anos pra mais, três pra menos. De toda a maneira, chego a apostar numa segunda adolescência.

Creio que o pós 20 foi mais fácil. As pessoas andavam lá bastante seguras quanto às mudanças que desde há muito vinham anunciadas. Era tempo de Universidade, esta grande novidade, onde podíamos cunhar nossa têmpera com os temperos que tínhamos à mão. O improviso era uma constante, e todos pareciam satisfeitos com os resultados – mesmo os caóticos.

Agora, vemos um bando de adultos, de “fato”, de direito etc, que mais uma vez não sabem ao certo no que a vida vai dar. E não sabê-lo aos vinte era, aliás, sinal de um certo glamour. Mas chegando-se aos trinta, é sinal de que não “cresceu” o suficiente. Algo como aquele discurso que dizia para tomarmos jeito na vida, que a tal da vida não era fácil não.

O que posso dizer é que de minha parte acho tudo isso muito chato. Veja este parco exemplo: comecei a trabalhar aos 14; aos 17, assinava a carteira pela primeira vez; aos 23 já morava só e pagava todas as minhas contas... e agora, cerco-me de uma estranha patrulha ideológica que afirma que este meu lugar na vida não é a de uma adulto que se preza... daí, hoje, me aconselharam que já era tempo de deixar de ser boêmio, de largar a poesia de lado... me disseram para crescer! Quisera ter sido uma piada ante meus 1,62 de altura!!!

Repentinamente, vejo à minha volta amigos que abandonaram gratuitamente aquele discurso de era bom e preciso sonhar, que a poesia poderia estar em tudo, de que o futuro era algo desafiador, e dava medo, mas empolgava etc... E pra quê? Para entrar na engrenagem desta vida que juram que é a “verdadeira”? Quer dizer então que aquele papo de multiplicidade, enfim, ficou apenas nos livros da faculdade?

Certo que ainda não sei no que vou dar (em tempo, refiro-me aos caminhos da vida). Prefiro limpar a roupa nova colorida e parar de reclamar do tempo, como nossos pais. Será que nunca aprendemos nada? A vida de se levar deve, enfim, atender às expectativas mais retrógradas? Mas que ótimo. Brado contra isso tudo. Vou renovar o meu ar de perdido no mundo, de poeta incompreendido... quem sabe não resolvem me publicar como poeta marginal, e ganho, assim, algum cartaz na vida literária da Capital?

1 Comments:

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