editorial de uma renúncia

Do dia em que acordei e tive uma leve impressão de que nada era assim tão grave...

Minha foto
Nome:
Local: mora na filosofia...

domingo, abril 03, 2005

O que quer Renato Aragão?

Não é de hoje que fico particularmente consternado em ver a figura de Renato Aragão na TV. Mas neste momento sagrado de ressaca dominical, não me furtarei ao dever de detratar a peça. Ainda hoje, ao meio dia, meus neurônios foram incitados ao homicídio ao ver na TV este senhor de idade travestido numa carapaça de garoto que – pelos deuses! – não convence mais ninguém. Será que não avisaram para ele que a geração Internet não mais se satisfaz com a visão de um velhote taradinho, cujas piadas retirou d’algum recôndito espaço perdido no tempo? Será que ele não sabe nada sobre as sitcoms? Esta caricatura de humorista devia se aposentar, e mostrar à criançada que há dignidade em envelhecer. Melhor, poderia mostrar que se a idade não trouxe sabedoria, deu-lhe, ao menos, perspectiva. Fico lembrando, com acertada dose de saudosismo, da infância da geração 80 – por acaso, a minha – que recebia de bom grado as piadinhas de duplo sentido daquela trupe de quatro saltimbancos, que se esforçavam em arrancar sorrisos da molecada, em meio a doses de cachaça – ops, desculpe a falha, de “mé” – do carismático mangueirense Mussum, e dos silvos da risada de Zacarias. Desconfio, hoje, que a dupla foi responsável por boa parte de minhas infantis gargalhadas; divididas, claro, com Chaves e Chapolin. E hoje, décadas depois, sinto náusea ao ver Didi com sua síndrome de Peter Pan e seus pavorosos acólitos, saídos, decerto, de algum filme de terror.

ps: haloscan a caminho, viu, Mandinha (hehehe).